quinta-feira, 14 de maio de 2009

Um breve histórico do jornalista Samuel Wainer


A autobiografia de um dos grandes jornalistas do Brasil merece palco de esplêndida análise e de respeito a um excelente político que fora Samuel Wainer. O livro Minha Razão de Viver é uma coletânea de textos organizados e editados pelo Augusto Nunes. Dentro desses textos encontramos uma conjuntura da fusão entre a vida pessoal e profissional do jornalista Samuel.
Vários assuntos serão debatidos e exemplificados como início de sua carreira até o seu ano de falecimento. São eles: 1) O Jornal Diretrizes; 2) Diário dos Associados; 3) Assis Chateaubriand; 4) A influência de Carlos Lacerda; 5) Juscelino Kubitschek; 6) João Goulart; 7) Ditadura Militar; 8)Última Hora e sua imensa amizade com Getúlio Vargas.
1) Jornal Diretrizes:
O seu surgimento como jornalista no Brasil e sua passagem pelo Jornal Diretrizes dera inicio a uma grande carreira isso começou quando tinha que realizar uma entrevista sobre os problemas que o Rio Grande do Sul estava passando com o setor agropecuário porem não o fizera e sim conseguira uma entrevista com o futuro presidente que mais tarde se tornara amigo nada mais nada a menos que Getúlio Vargas.
2) Jornal dos Associados:
Durante os anos 40 Wainer contribuiu com o jornal de Assis Chateaubriand quando ele fora ser correspondente internacional em Paris. Foi nesse período que Samuel atingira sua maturidade profissional. Na Alemanha, em 1944 acompanhou a ofensiva dos aliados como correspondente de guerra. Como correspondente fez reportagens sobre a ditadura de Salazar em Portugal e suas dimensões reais após o regime.
3) Assis Chateaubriand:
“(...) Assis Chateaubriand começou a desconfiar de que eu representava uma efetiva ameaça a seu império. Com meus jornais, eu não configurava um risco a sua cadeia de 22 publicações (...) Os jornais de Assis Chateaubriand dobravam a intensidade dos ataques a minha pessoa, e Lacerda transformou a televisão numa tribuna do alto da qual pretendia ver-me prostrado ao solo (...) Eu podia sentir o bafo da inveja perto do meu rosto (...)”.
4) A influência de Carlos Lacerda:
O péssimo relacionamento que esses dois grandes comunicadores tiveram dentro do viés político brasileiro foi imenso. Ofensas, sensacionalismo, briga entre poderes por quaisquer que fosse. Entretanto mal sabiam eles, o quanto foram decisivos durante a política nacional e o quanto trouxeram a palco debates sobre vários temas que eram de suma importância para a nação. “(...) Escrevíamos artigos terríveis contra Carlos Lacerda, vigiávamos estreitamente seus passos e, principalmente, não perdíamos chances de ridicularizá-lo (...)Foi assim no incidente a partir do qual Lacerda seria nacionalmente conhecido como “Corvo” (...)”.
5) Juscelino Kubitschek:
“(...) Meu jornal entrou na campanha com enorme veemência; era preciso eleger JK, custasse o que custasse. Paralelamente a luta eleitoral, empenhei-me nos combates provocados pela interminável campanha movida contra mim, e consegui ganhar as duas guerras (...) Minha aliança com JK manteve-se ao logo do seu governo. A Última Hora foi, por exemplo, o único jornal a apoiar sem restrições a criação de Brasília. Instalamos uma sucursal em Brasília quando a cidade nem sequer fora inaugurada, e o jornal sempre defendeu a tese de que JK pensara no futuro (...)”.
6) João Goulart:
Defendeu com todas as forças possíveis a candidatura de João Goulart para a presidência da república posto que sempre condenou as articulações golpistas de sua época. Acreditou tanto que dava muitos conselhos particulares de maneira extremamente íntima.
7) Ditadura Militar:
Período de grande tormento para o jornal e para vida da sociedade em si logo não seria diferente com Samuel que passara por grandes problemas durante esse momento da historia do Brasil. Exemplos de grande revolta e de não aceitação de tal regime eram colocados nas capas de jornais com manchetes de cunho revolucionário. “(...) ELEIÇÕES SÓ DE MISS (...)”. Várias vezes o Última Hora foi ameaçado de destruição de suas oficinas por militares que não aceitavam o discordar de suas decisões e analises sobre o país.
8) Última Hora e sua imensa amizade com Getúlio Vargas:
Dentro do Última Hora tivemos grandes escritores como Otto Lara Resende, Nelson Rodrigues que contribuíram com sua intelectualidade para que esse veiculo tivesse grandes vôos durante os anos que se apresentara. O jornal tinha clara a sua defesa por Getulio Vargas de tal maneira que todas e quaisquer notícias eram relatadas sempre e tinham sempre uma conotação positiva a favor do governo mesmo quando, o próprio governo errava em suas atribuições parlamentares. O seu crescimento fora tanto, que sedes tanto em São Paulo e Brasília foram criadas, mais tarde se distribuindo por filiais em vários lugares do país. “(...) Fazendo votos pelo completo êxito desse empreendimento, que há de constituir, por certo, um novo marco de progresso na imprensa brasileira, apraz-me dizer-lhe que muito espero de um jornalista do seu valor, sereno, inteligente, objetivo, sempre capaz de bem escolher os assuntos, expô-los com clareza, simplicidade e elegância, sentindo o que diz e sabendo dizer o que sente (...)”- Carta de Getúlio Vargas publicada no primeiro número de Última hora. Seu ciclo como veículo só finalizara nos anos de ditadura militar quando o jornal fora vendido para o Correio da Manhã.

Um comentário:

Felipe Beirigo disse...

Ele era demais.

Estou fazendo um trabalho sobre ele e pra conclusão preciso de alguem que tenha entrevistado samuel wainer ou alguem próximo (vivo de preferencia) para uma entrevista.

obrigado.

meu email p/ contato:
felipe_blacksabath@hotmail.com