terça-feira, 26 de maio de 2009

“Vergonha, vergonha, time sem-vergonha”


Pablo Fontes
Fluminense e Santos, 16h, Maracanã, dia de sol e céu azul. Na arquibancada, poucos torcedores do fluminense se espalhavam pelos setores. Depois da eliminação do tricolor na Copa do Brasil, apenas alguns torcedores timidamente demonstravam animação. Enquanto isso, os visitantes permaneciam agrupados e animados
A Young Flu, a Garra e a Fiel Torcida gritaram quando o fluminense fez gol. Entretanto, para aqueles que achavam que a torcida santista se calaria, muito pelo contrário: continuaram gritando e torcendo, e talvez foi essa vibração que motivou o Santos Futebol Clube a empatar e virar o jogo fazendo um placar de 4 X 1.
Logo no comecinho do primeiro tempo, quando Mariano abriu o placar para o Flu, a torcida mostrou contentamento, mas continuou apreensiva. Com o gol do Santos, que veio mais tarde, o primeiro tempo terminou empatado, e a reação dos tricolores foi de tensão. Da torcida, veio a avaliação: “A atuação do fluminense no primeiro tempo foi péssima. Eles têm que jogar mais em grupo, não deixar tudo nas costas do Mariano”, disse o torcedor com a camisa do FLu, que confessou ser vascaíno e só estar acompanhando as enteadas. “Só não visto a camisa do flamengo”, explicou.
O líder da torcida Young Flu, do tricolor carioca, Marcos Sampaio, “o cabeção”, confirmou a indignação. Para ele, o fluminense é um time limitado, que precisa melhorar e muito. “A diretoria ainda é composta por muito amador, por isso nós estamos pagando por tantos títulos que não viemos conquistando. É muito fraca e limitada a nossa diretoria”, sentenciou. Quanto ao técnico Parreira, Sampaio foi mais ameno, dizendo que não depende só dele e também da diretoria.
O tom de reclamação ficou claro no segundo tempo. O goleiro tricolor Fernando Henrique, que se considerou “traído pela barreira” com o primeiro gol que sofreu, conforme declarou, foi sistematicamente vaiado pelos torcedores. Fred e Thiago Neves também receberam as vaias da torcida.
Enquanto isso o Santos era só festa. Régis Santos, torcedor do alvinegro, aproveitou uma viagem de trabalho e compareceu ao Maracanã para ver o time do coração. Ele elogiou, além do Santos, a torcida carioca: “Vocês aqui no Rio estão de parabéns, porque existe uma recepção muito grande. Não existe uma rivalidade como em São Paulo. Lá as pessoas são inimigas também fora do campo”. Régis Santos reclamou que o filho não pode usar a camisa do time fora do estádio, pois corre o risco de sofrer alguma agressão.
Entre as poucas representantes femininas do Peixe estava Vilminha Santista, torcedora há 40 anos e conselheira do time. Para Wilminha, a atuação do Santos foi ótima. Ela , que acompanha inclusive o time feminino e as categorias de base, disse que o melhor foi Molina. Esse jogador também é um dos ídolos das mulheres santistas, segundo Vilminha, e tem amealhado mais torcedoras para a equipe de São Paulo.
Ao final do jogo, cerca de trinta torcedores foram ao local de saída dos jogadores do Fluminense para demonstrar a revolta. Muitos jogadores e membros da diretoria foram vaiados na saída do Maracanã.

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